O que é?

O laudo técnico é uma peça detalhada realizada por um profissional habilitado, onde é relatado observações e conclusões sobre algum fato que deve ser analisado.

Quando pode ser utilizado?

Dentro da engenharia o laudo técnico pode ser empregado em inúmeras situações. Em uma diligência jurídica, onde demanda a necessidade de um auxílio técnico especializado, um engenheiro perito deverá avaliar a avaria na edificação em debate. Além de problemas construtivos o laudo poderá ser uma peça fundamental na avaliação de imóveis.

Outro utilização do laudo técnico é descrever, de forma minuciosa, recomendações de reparos para incorreções encontradas, como infiltrações, fissuras, entre outros.

Honorários

Em geral, os honorários para a execução de um laudo técnico são calculados baseados em horas-técnicas expedidas para a elaboração do trabalho. Leva-se em consideração a quantidade de horas nas vistorias, redação do laudo, custos com deslocamento, ensaios tecnológicos, emissão de ART e impostos.

Confecção do laudo técnico?

O laudo técnico deve sempre primar pelo esclarecimento claro dos fatos tendo começo, meio e fim. É importante que tanto experts da área como leigos devem entender as considerações do laudo.

É indispensável que o texto não seja prolixo, devendo ser o mais objetivo possível, sendo escrito de forma simples e com muita fundamentação.

É impreterível que o laudo seja conclusivo, evitando duplos entendimentos. Assim o trabalho torna-se irrefutável, deixando reduzido a chance de questionamentos futuros.

Não existe uma padrão de parecer a ser seguido, mas alguns pontos são indispensáveis em um laudo técnico de engenharia.

Em geral o laudo é redigido em papel timbrando contendo os dados do engenheiro perito responsável pela elaboração do trabalho. Usualmente o papel utilizado é o A4. Na capa deve constar os dados do contrato e do contratante, além do título do trabalho. O endereço da edificação em análise pode estar neste item.

Um sumário é sempre bem vindo pois auxilia na busca de informações específicas.

É recomendável que seja descrito um resumo contando o histórico do imóvel ou acidente. Chamamos esta etapa de considerações preliminares.

Após pode-se descrever os dados do objeto, como endereço do imóvel e as principais características como área e padrão de acabamento.

Um dos itens mais importantes é a descrição da vistoria. Nele deve conter um registro fotográfico detalhado, mostrando todos os locais analisados e a descrição das condições encontradas. Informações como datas das inspeções e quem acompanhou as vistorias podem ser especificados.

Posteriormente é imprescindível uma análise técnica descrevendo a origem do problema analisado. Este tópico deve ter um vasto detalhamento técnico, com descrições de normas, bibliografias técnicas, artigos, entre outros.

Se estiver no escopo do trabalho, pode-se recomendar os procedimentos de reparos para as anomalias e falhas registradas. Imagens com os processos construtivos e indicações de materiais são indispensável. É possível incluir informações referentes aos procedimentos de segurança, principalmente se for um serviço em altura ou que tenha algum risco.

Nas considerações finais deve-se retratar um relato sintético sobre os principais pontos do laudo elaborado.

Por fim é indicado a elaboração de um encerramento contendo a data de conclusão do laudo, quantas páginas contém o trabalho e a assinatura do engenheiro perito responsável.

Termos técnicos utilizados

Anomalia: irregularidade, anormalidade, exceção a regra (NBR 13752).

Laudo: peça na qual é relatada as conclusões feitas por um perito ou profissional habilitado (NBR 13752).

Manifestações patológicas: falha ou defeito que prejudicam a estética ou a funcionalidade da edificação ou de uma de suas partes.

Perito: profissional com as devidas atribuições para proceder com a perícia.

Vício: anomalias que influenciam no desempenho de um produto ou serviço, ou os tornam inadequados aos fins a que se destinam. Podem decorrer de falhas de execução, projeto ou manutenção (NBR 13752).

Vicio redibitório: vícios ocultos que reduzem o valor da coisa ou o deixa inapropriado ao uso a que se destina e que, se fossem do saber prévio do adquirente, ensejariam pedido de abatimento do preço ou inviabilizariam a compra (NBR 13752).

Vida útil: período em que a edificação ou sistemas deste se prestam a atividades para as quais foram construídos (NBR 15575).

Equipamentos

Para auxiliar as inspeções é imprescindível a utilização de equipamentos como: trena, binóculo, nível bolha, nível a laser e máquina fotográfica.

Para proporcionar um maior embasamento ao trabalho é possível, além de uma inspeção tátil-visual utilizando equipamentos mais simples, utilizar-se de equipamentos mais específicos para a verificação das manifestações patológicas. Alguns destes são conhecidos como procedimentos não destrutivos, pois não existe a necessidade da quebra de vedações e elementos para identificar possíveis anomalias construtivas.

Detector de materiais (pacômetro): dependendo do modelo pode auxiliar no encontro de eletrodutos, fiações, tubulações de água e esgoto, tubulações de gás, barras de aço entre outros materiais.

Medidor de umidade: ajuda a identificar focos de vazamentos e infiltrações. Pode ser utilizado para identificar umidades oriundas de tubulações, falhas de impermeabilizações entre outros.

Termografia: através de uma câmera térmica faz medições da temperatura do elementos de um ambiente, localizando os pontos mais frios pode-se sugerir os focos com acúmulo de água e possíveis infiltrações.

Normas Regulamentadoras

Como qualquer trabalho técnico, é imprescindível a observância das normas regulamentadoras.

A NBR 13.752 (1996) – Perícias de Engenharia na Construção Civil, fixa algumas das diretrizes báiscas como procedimentos e conceitos.

O IBAPE, Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia, possui diversas normas para auxiliar na elaboração de perícias, laudos técnicos e inspeções prediais.

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